quarta-feira, 24 de junho de 2015

240615

Eu de papier mâché
Eu de jornal embrulhando o bacalhau
Eu de letras escorregando fedidas
Eu de tela em preto de tanto rasurada
Eu de caneta f .'ha
I u de tralha
Eu de emergĉnc'a, uns cones espalhados,
Um pisca-alerta sem sirene e pouco caso
Eu de nada, muito obrigada.

domingo, 14 de junho de 2015

Rastro do rato

Meu olho arde
Toda vez que trago.
Às vezes um homem,
Noutras um afago
Ou um novo maço.
Às vezes amasso
O braço dele
Ou o pacote insuficiente.
Por vezes suplente
Eu sou
Da minha própria corrente
E muitas não mando
No que serei.
Eu sou o que sou, o que fui,
O que manda o desmando do pixel de mim.
Sou um pedaço descalço de gente
Fazendo o que faço -
Sou rastro do rastro do demente.

One

Graças pelo telefone
O gramofone
O fone de ouvido
E o cone.
Dai graças, senhor, senhora,
Moço, mora,
Há tecnologia
E amanhã.