terça-feira, 29 de março de 2016

Vincit Omnia

I am the demon that lives in the darkness
I am the creature that dwells in the deep
I am the fearlessness of the unconscious
I am the god in this human underneath

sábado, 12 de março de 2016

120316 (Ou pós-fim)

Vontade de falar tudo
Desabar no social até sobrarem as cinzas
Vontade de descaveirar as mortes do íntimo
E rolar alegremente sobre a cremação do ser
Vontade de tomar os outros seres e descontruí-los ao ponto da destruição
O desejo de implosão reverteu sobre o mundo
E quis te devorar.
Venha cá, leitor:
Hoje eu vou te detonar.

I saw a UFO

I saw a UFO inside my mind and nobody believes me
I heard glasses playing a tune inside my mind
And nobody hears them
I felt 'em bells ringing here beside me
And no one denied them,
Though no one could feel.

120316

A confusão de saudades faz bem.
Saudade de ontem,
Saudade de agora,
Saudade de quem dorme na minha cama
E quem já dormiu
Saudade de quem nunca dormiu mas deveria,
Saudade da minha irmã
Da minha mãe...
Saudade profunda, saudade errada
Saudade do amor que senti em mim outrora.

Saudade da tua demora.

quarta-feira, 9 de março de 2016

090316

Dia franzino
De quem molha a ponta do dedo na água
E tenta bebê-la.
Dia surdino
Que raro me toca
E esgueira um foco de algo
Mergulhado num mar de besteira.
Dia, noite, dia
E as causas que movem a fria natureza dos meus dedos direitos sobre a palma esquerda
Continuam semi-mortas.

terça-feira, 8 de março de 2016

080316

Pode tentar se esconder,
Fingir querer não ser visto,
Sofrer a superexposição -

Mas há de lembrar que o poeta nasceu para isso.
Vai lá e lamenta, tenta consertar;
Se não der pode até chorar um tempo,
Depois senta e expõe a ti e ao mundo.

segunda-feira, 7 de março de 2016

070316 (Ou HBP)

(Sombras - Buika)

Não percebes a profundidade do teu olhar
Já que não podes fitar-lhe o desfim;
Não enxergas o conforto do teu sorriso
Nem ouves o suave timbre da tua grave voz
Quando resvala em meus ouvidos.
Não me queres deixar entrar
(Isso não faz mal, afinal somos breves ainda)
Sem saber quão amplas são tuas portas
E variados teus jardins.
Como sei?
Arranquei um vislumbre pela tranca
Debaixo das tuas feições
Quando em ti a escuridão brilhou.

070316

Eu não saberia dizer
O que é você,
O que sou -
Somos...
Eu não sei conceber
A sua missão
Dentro de mim.
Eu não consigo entender
O destino que o fino caminho do mundo
Traçou para nós,
Nem como a linha que escrevemos
Versará o estado de vida
Que a natureza quiser nos ser.

quarta-feira, 2 de março de 2016

020316

A sensualidade tarja preta exala pelos meus poros
Com cheiro de cigarros brancos
Filtrados vermelhos
Nas taças que derramo pelo chão.
Já parou para analisar os cacos de cristal?
A cacofonia do ser é deveras interessante.
Deverias inteirar a cena, que parece um suplício mas não é;
É só um sulfite a se rabiscar.
É o dessufoco;
É o poeta-deus em foco.

terça-feira, 1 de março de 2016

Furiosa

Você nem imagina o quanto me desequilibrou;
Já desejo sentir raiva!
Estou completamente doente,
Caído na cama sem conseguir que mais fazer,
As vias aéreas outra vez entupidas de dor
E o que eu tinha recuperado de humano
Pra fugir desse meu bicho
Está sublimado n'algum outro lugar -
Subiu como se fosse uma camada de suor evaporando sob o furioso brilho do Sol.
Eis-me aqui seco,
Despido,
Lambendo os pelos pra ver se me livro
De pelo menos um pouco do excesso de ti.

Março derretido

É Março outra vez, quem diria.
Eu que sempre acreditei haver um por vida
Hoje chovo novas águas
Que pensei chover nunca mais.
Aquele velho desejo de Abris esplendorosos,
Aquele sonho de Maios sutis
E também o temor de Junhos invernais e Julhos congelados.
Mas por enquanto é Março,
Mês de poesia juvenil e lágrimas sorridentes,
De calor na cama e uma pele grudenta a derreter corpo afora,
Secando noutra carne ao tentar adentrar seus canaviais,
Buscando despejar no desconhecido mas já tão querido
E viver os carnavais da mente, marcianos,
Muito mais críveis que os de outros anais.
Esse mês é meu estado natural.