Eu sou do tempo, da terra e do povo
Dos jardins suspensos.
Curtos: podados e pequenos.
Arestas aparadas no trecho de grama
Recluso entre casas e calçada.
O aperto dos terrenos privados
Que não cabem em si,
Vazando nas bordas
Através dos troncos tortos
De árvores esmeradas
Em estender o verde por mais um mísero metro
Sobre a via pública.
Dos jardins que pairam na mente,
Suspensos na imaginação
Daquilo que seriam, se ao menos...
Dos jardins alaranjados de Whisky
Fluindo na seiva supersticiosa
De gente que não sabe mais ser contramão.
We, the people.
We, the indigenous.
We, Iaras de metrópole,
Mitos de jardim na civilização.
Das lendas de tribos selvagens
Perversas em canibalismo
Serpenteando os jardins
Dos sonhos pequenos,
Imersos em autocomiseração.
We, que nos devoramos;
Que desaprendemos a dança,
O passo, o pulo,
De um trecho de chão
Para outro além das nossas mãos.
Vivo na Era dos jardins suspensos,
Proibidos na terra
E na emoção.
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