segunda-feira, 14 de julho de 2014

Laissez-moi, je t'en prie

No roxo escuro da noite
Abastada de luzes artificiais
Demais para apagar por completo
E deixar a lua, por si só, ser lua
Não me permito esquecer em excesso
As primícias de quando fui
Antes de puído,
Outrora lírio noturno,
Primeiro dos sonhos...
A cor de vinho no céu da boca
As manchas nos dentes
A pele gasta
E os olhos arranhados
São os maiores sinais
Da minha madrugada
Insone, maculada,
De uma vida inacabada
Pigarreada na fumaça que estilhaça,
Colhida sem perdão,
Tombada,
Tumbada,
Forçada...
A rouquidão dessa noite de cidade
É a minha prisão.

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