Acordou um dia,
Saiu na rua
E amou.
Repentinamente era outro
Virou Ramsés, filho dos deuses,
Príncipe de seu próprio destino.
Resolveu que o amor é uma árvore tropical
Verde e bodosa.
Algum tempo depois
Voltou para casa
E brigou.
Ainda era cometa deslizando nos céus,
Mas viu a sazonalidade das zonas temperadas
Esvaecer suas folhas amareladas por alguns instantes.
Esperou chegar a primavera.
Ontem adormeceu
E esmigalhado na entorpecência
Se sentiu cacto.
Morreram aí as metáforas arbóreas.
Não porque morreu o amor, nada disso.
Apenas se redescobriu humano.
Despencou como Lúcifer na Terra
E passou a procurar uma forma de ser água
Ao invés de retê-la.
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