terça-feira, 24 de novembro de 2015

Xenophon

(L'Oiseau de Feu - Igor Stravinsky)

Vinde, jovem Xenophon,
Rei romano da Pérsia helênica,
Não temas este oráculo louco;
Gargalho para assustar os outros
Que, diferente de nós, não são.
Coma à minha mesa.
Aqui na vermelhidão da garganta de Hades
Podes saber que estás seguro.
O que? Queres saber dos pés invertidos?
Ora, Xenophon, não há aí espanto.
Essas coisas são normais.
Eu mesmo já os tive.
Só cuida para não começares a comer ao contrário;
De resto, quem precisa andar para frente?
Ah, mas eles não são deuses. Não são reis.
Sequer são duendes como teu velho aqui.
Vem, Xenophon. Quando menos esperares
Estarás sentado em teu trono outra vez.
Esta cova do dragão é só um sonho
Para abraçares teu desvairo.

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