Têm sido povoados por ruínas.
Vejo neles uma fria luz
Milimetricamente calculada
Para fender a existência em duas
E deixar-me do lado de cá,
Longe do infinito,
Enclausurado nas mortalhas de um tempo de tantas promessas...
Tantas promessas vãs!
Vejo Ozymandias,
Epaminondas e César
Alinhados sem glória rente ao chão,
Seus corpos cobertos por túnicas jeans,
Levando consigo ao reino da morte um celular na mão.
Vejo as estátuas de bronze
Derretendo em fusão cor de ouro,
Vejo as cinzas brancas como a própria luz
Evaporando a minha visão.
O fim do sonho se aproxima
Mas sinto que não despertarei -
Pressinto que ficarei para sempre na linha fina de claridão
Desenhada para meus olhos
E minha silenciosa respiração,
Entre vida e pesadelo,
Entrelinhas e calafrios
De despertar do escuro
E encontrar na luz só mais breu.