Vinde a mim os oprimidos
E eu vos renegarei.
De braços abertos
Por sobre o abismo
Eu vos entregarei.
E eu vos renegarei.
De braços abertos
Por sobre o abismo
Eu vos entregarei.
Assim, em silencioso degredo,
Eu vos amo
Pois este é o amor
Que sobre mim mesmo fundei.
Meu colo arde
Com o fogo do abandono;
Meu ventre alarde
Com o bramido de um sopro
Que conta das inconstâncias
Correndo em minhas veias.
Com o abraço que, como uma teia,
Me encobre;
O laço que me permeia
E se diz nobre.
Meus olhos de sono profundo
Apagam-se na luz.
Minhas mãos macias
Acariciam o vazio.
Eis como vos acolho:
Com uma imensidão de nada.
Pois o nada me remove
E em nada eu me entalho.
A rua está cheia de almas
E eu não as vejo.
Eu mal sei meu nome,
Mal me reconheço
Em meio ao disforme e seco gole
Que no peito entalei.
‘Não me abandone, não me abandone’,
Eu peço ao meu salvador.
Mas ele tem fome
De tudo que some
Quando a dor não sabe o que é amor.
Eu sou martírio,
Sou espelho vazio
Escondido num falso esplendor.
Eu sou a cruz que consome
Meu sangue descrente,
Sou a estrela cadente
Que cai infinita
Sem nunca cair
E assim perde o chão onde se decompor.
Eu sou a luz que desvia,
A pista que some,
O brilho que guia rumo à escuridão.
Eu sou o profeta da romaria
Que te acaricia
E te deita rente ao furacão.
Onde, então, está a verdade?
Onde está o abade
Pulsando forte e constante
Na minha confusão?
Eu lhe preciso… Lhe quero!
E tudo que ouço é “sê forte”,
Quando tudo que sei é ser sofreguidão.
Busco
Mas a bússola não tem guia
O corpo se esfria
E se perde de mim, sem fricção.
O labirinto é espesso
E eu não sei se procuro
O minotauro ou a saída -
Nem mesmo se entre eles
Há qualquer diferenciação.
Eu ando o caminho turvo
Das minhas profundezas
E de longe miro as estrelas
Esperando que delas venha
A minha redenção.
Com o fogo do abandono;
Meu ventre alarde
Com o bramido de um sopro
Que conta das inconstâncias
Correndo em minhas veias.
Com o abraço que, como uma teia,
Me encobre;
O laço que me permeia
E se diz nobre.
Meus olhos de sono profundo
Apagam-se na luz.
Minhas mãos macias
Acariciam o vazio.
Eis como vos acolho:
Com uma imensidão de nada.
Pois o nada me remove
E em nada eu me entalho.
A rua está cheia de almas
E eu não as vejo.
Eu mal sei meu nome,
Mal me reconheço
Em meio ao disforme e seco gole
Que no peito entalei.
‘Não me abandone, não me abandone’,
Eu peço ao meu salvador.
Mas ele tem fome
De tudo que some
Quando a dor não sabe o que é amor.
Eu sou martírio,
Sou espelho vazio
Escondido num falso esplendor.
Eu sou a cruz que consome
Meu sangue descrente,
Sou a estrela cadente
Que cai infinita
Sem nunca cair
E assim perde o chão onde se decompor.
Eu sou a luz que desvia,
A pista que some,
O brilho que guia rumo à escuridão.
Eu sou o profeta da romaria
Que te acaricia
E te deita rente ao furacão.
Onde, então, está a verdade?
Onde está o abade
Pulsando forte e constante
Na minha confusão?
Eu lhe preciso… Lhe quero!
E tudo que ouço é “sê forte”,
Quando tudo que sei é ser sofreguidão.
Busco
Mas a bússola não tem guia
O corpo se esfria
E se perde de mim, sem fricção.
O labirinto é espesso
E eu não sei se procuro
O minotauro ou a saída -
Nem mesmo se entre eles
Há qualquer diferenciação.
Eu ando o caminho turvo
Das minhas profundezas
E de longe miro as estrelas
Esperando que delas venha
A minha redenção.
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