sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Saudade - tempo de amores memoriais

Sonho de uma tarde
De tempos indecentes
Entre as chuvas e preguiças
Que na metalíngua enganchada
Sonha de outros tempos,
Vidas passadas
Entrelaçadas na Edo dos samurais,
Na Bagdá dos Xeques,
Na Paris dos bordéis,
Na Roma dos bacanais
Ou nos anais de agora,
O ontem de nossa história
Que desflora memorável e esquecido
Nas vielas embaçadas à luz de velas
Da lembrança,
Essa cidade eterna a se transformar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Leviatã

Quanto do céu
Deste pedaço de terra
Enterrado sob monólitos
E a monotonia
De uma pesada fuligem
Espessando entre as narinas
E os olhos cansados dessa miragem
É seu?
Quanto você planou
Sublime no escuro
Num feixe de lua
A cair pesaroso na face?
Quantos nirvanas,
Pasárgadas, jardins suspensos
Seu corpo desejou ardente
Até a mente atendê-lo
Levitando em metamorfose
Sobre os ombros de um leviatã?
Quanto de você verteu derretido no espaço
Sobrando em passadas
De ampla consciência?
Quanto você percebeu
Da estranha leveza que habita a vida?