Éramos, em níveis muito similares,
Péssimos um para o outro.
Também fomos ótimos, isso é claro,
Mas a perfeição se encaixava nos erros
Quase como se o destino se desejasse fatal.
Há dias em que desperto otimista
Noutros não,
Mas hoje regresso com olhar redundante
Procurando nas frestas das emoções o óbvio
Que me esmerei em ignorar.
A verdade de hoje é que não sei quanto cresci e decresci
Através de ti;
É que não sei quanto te amei
Enquanto te acusava de indiferença -
Se a minha ausência foi puramente um reflexo
Ou se a rebatida era o capuz que sobrepus à minha distância.
A verdade é que comecei a esquecer nosso tempo juntos
Muito antes do que antes admiti -
Muito antes do que antes percebi;
A verdade é que há muito tempo que te esqueci:
O que ficou em mim foi o "que" de mim
Ansioso por um futuro, qualquer futuro,
Com ou sem ti
E consenti nas ilusões passageiras do momento
Um passado agradável à minha dor,
Ao meu amor egoísta
E meu dessabor pelo outro humano.
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