(Mulher do Fim do Mundo - Elza Soares)
Agora é que são as medusas
Cheias de "me usa" elas me gritam por dentro
Até a emoção petrificar
E eu não me comover -
Locomover as pernas até o desuso
E cobrar do mundo só o pó
Pra levantar no sambódromo um ar de feiticeira
Ceiar com outros monstros
Meu estado natural
Descamado da pele humana
Ainda desacostumada de ser desfigurada pela sorte
De em excessivas sortes ser azar.
Cheias de "me usa" elas me gritam por dentro
Até a emoção petrificar
E eu não me comover -
Locomover as pernas até o desuso
E cobrar do mundo só o pó
Pra levantar no sambódromo um ar de feiticeira
Ceiar com outros monstros
Meu estado natural
Descamado da pele humana
Ainda desacostumada de ser desfigurada pela sorte
De em excessivas sortes ser azar.
Agora é que são as sereias
E as presas gradeadas no sorriso
E a ruindade naufragada no meu mar.
E as presas gradeadas no sorriso
E a ruindade naufragada no meu mar.
Agora é que são as fúrias
Nas íris pretas de pupila
Numa ode a nada que é belo -
A poesia também canta doentio
Quando a beleza arrega o canto
E a sobrevida pede passagem pra dançar.
Nas íris pretas de pupila
Numa ode a nada que é belo -
A poesia também canta doentio
Quando a beleza arrega o canto
E a sobrevida pede passagem pra dançar.
Agora é que são
Quando não.
Quando não.
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