Tudo que se move é tão pequeno
Que me ameno.
A angústia ainda grita alguma coisa
Encravada na foice
Vislumbrando a lavra,
Mas o arremate já não é tão afoito
E eu não me açoito com a mesma intensidade.
Acho que é a idade -
Talvez esta outra cidade,
Ou mesmo a minha morosidade.
Talvez o tempo do corpo esteja se adequando
Ao tempo do mundo
E o sincronismo vai batendo em cada segundo
Para me anestesiar.
Eu temo o fim do fim de tudo
Onde eu ressoava apocalíptico badalando no ar,
Mas não trocaria a paz da calmaria
Pelo caos da minha arte.
Prefiro poemas um pouco vazios,
Meio apertados em linguagem empobrecida
E cujas ideias penam para escoar.
Prefiro ser quem sou agora,
Mesmo que haja em mim mais silêncio...
Talvez eu prefira o silêncio.
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