Sinto saudade de quem nunca fui.
Noto um desafino tinindo agudo
Na antecâmara esquerda do peito,
Vibrando na catedral de mim por inteiro
Um lamento de idades passadas
Ou terras distantes
Ou casas vizinhas,
De campos por arar estendidos longânimes debaixo do sol,
De vigílias por guardar em muralhas fronteiriças no luar,
De enganos por me contar na correria paulistana,
De monastérios onde me consagrar a votos de silêncio
E ruas onde me lançar de novo a andanças desencontradas.
Sou como a cigarra
Zumbindo encantada na madrugada
Lembranças que ficaram por cantar
Sem consciência do que canta
Porque a vida é serenata
Em todo canto dessa Terra
Sem se ter por que cantar;
Sem a quem, sem nada mais por encontrar.
A vida contemporânea é o desengano do encontro:
Quando enfim localizada
Quer perder-se num canto diferente,
Pois que aqui
- Como em outro qualquer canto -
É mui difícil de cantar.
Noto um desafino tinindo agudo
Na antecâmara esquerda do peito,
Vibrando na catedral de mim por inteiro
Um lamento de idades passadas
Ou terras distantes
Ou casas vizinhas,
De campos por arar estendidos longânimes debaixo do sol,
De vigílias por guardar em muralhas fronteiriças no luar,
De enganos por me contar na correria paulistana,
De monastérios onde me consagrar a votos de silêncio
E ruas onde me lançar de novo a andanças desencontradas.
Sou como a cigarra
Zumbindo encantada na madrugada
Lembranças que ficaram por cantar
Sem consciência do que canta
Porque a vida é serenata
Em todo canto dessa Terra
Sem se ter por que cantar;
Sem a quem, sem nada mais por encontrar.
A vida contemporânea é o desengano do encontro:
Quando enfim localizada
Quer perder-se num canto diferente,
Pois que aqui
- Como em outro qualquer canto -
É mui difícil de cantar.
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