(Zbigniew Preisner - Offertorium)
As rochas
Que fui
Vão
Desfeitas nas intempéries
Das ondas e ventos
Que escamoteiam no movimento:
A brisa sopra -
E não mais;
A onda espuma -
E passa.
As rochas que fui
Vão sendo refeitas
Em ondulantes cata-ventos
Que voam gentis e suaves
Em danças errantes,
Descompassadas
No embalo do tempo.
As rochas que fui
São areia:
São grãos de pedra
Sólida e brilhante,
Minúsculas partículas de nada
Unidas em infinitude.
Sou rocha e sou água,
Sou forjada de fogo
E polida de vento.
Eu sou o infinito da vida
No finito do alento.
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