Confesso que não sei
Se sei o que quero,
Se como quero
Se outro infinito lero
De palavras enroladas
Como bonfins
Ao redor de mim
Ninando-me um aperto
Que se me faz carne
E ameaça meu peito
Brotando de dentro pra fora
Dizendo-me tudo que sei
Que não sei,
Não vivi,
Que não sei se viverei...
Todas as infinitas monções
Que não me farei;
Todas as infinitas cauções
Que me causarei.
Confesso que me enrosquei
Nessas lindas palavras de nada
E o nó se me converte em espantalhos.
Não sei...
Confesso que só não sei.
Não sei o verso que vem a seguir,
Mas ele parece tão sério,
Tão sem sentido e estéril
Pulsando um anseio
De milhões de esmeros
Enquanto a realidade
É tão débil...
Tão débil...
Tão perdidamente débil.
Tão ignóbil e
Suportável
Que quase não quero.
Quase...
E essa beira de monastério,
Esse desfiladeiro contra o qual me tolero...
Há dias em que por ele
Eu não me clero.
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