Tenho um silêncio
Que beira o anti-moderno
Passando por entre embalagens
Do plástico ao papel alumínio;
Uma vida paralela que paira
Em algum lugar entre meus olhos
E o momento que fugaz se desfaz
Ao cair na prateleira, nos livros
E no ar ostensivo dos cômodos.
Juro ter visto passar nalgum ponto
Antes do mirar
Uma vista hermética, cerrada sobre si.
Juro! Juro...
Mas não sei como explicar no escuro
Que há algo ali.
Só resta-me usar as palavras
Para algo explícito, e ainda tão pouco,
A perambular feito criança
Por sobre um chão de madeira na sala.
Na verdade, acho que estou falando
Justamente do ranger
Que as tábuas cantam
Em nosso passar.