Eu lembrava tão bem,
Mas já não sei.
Agora você sumiu em algum lugar,
Acho que te afoguei,
Nesse nosso pequeno parque
Macabro, escuro e embaçado
Nevoeiro adentro.
Perdemos o nexo
Do dia e da noite
Em torno desse nascente cinza-escuro
Que talvez poente queira se encerrar.
O problema de perder-te
É mais que da fronteira entre nós
Toda vez se faz abismo
De apatia e remorso enclave.
Não te escondas, meu lindo sangue;
Não saias desse chão
Escorrendo por todo lugar.
Eu preciso que precises aqui ficar
Para, em transe, em banho, em luto,
Restar um bicho vivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário