Correu mesmo, de um lado a outro,
Mesmo que entre as paredes
Da tua sublime consciência.
De um lado parece
O quarto tremer e rolar
Em apocalipse de justa causa;
Mereces tombar,
Face rente ao chão,
Num extermínio de si
A queimar-te o ventre.
Entre um soco na face
E tiro no estômago
O rodopio enleva-te a vida;
A dor faz homem do cão.
De outro és mausoléu
Fitando defunto o rodar
Como se do escafandro
Da morte em vida
Pintasses as cores do sofrimento
Totalmente puras:
É inútil retumbar na pele
Tentando fugir da coceira
Que ela te dá.
Corre, então, de um lado a outro
Enquanto tudo espira
No teu respirar,
E fica, tão longe, mas junto,
Olhando daqui
O espetáculo do louco
Lançando-se às paredes
Em espasmos frenético e calmo
A dizer coisa alguma.
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