A jovem tartaruga
Anda lenta no lamaçal
Drenada pelo chão macio e a casca dura
Afundando vagarosamente na seiva da vida
E sonha ser serpente
Arrancada dos antigos pés
Para suplantar a terra com o calor da barriga
E arranhar a vida com escamas dobradiças;
Para ter veneno quente escorrendo da saliva
E olhos de cristal arregalados
Vertendo sobre o mundo sua visão de sobrevida,
Uma deusa de rasante sabedoria.
A tartaruga, então, encolhe e brilha no casulo
Sabendo que só na escuridão do seu porto seguro
Ela pode serpentear.
segunda-feira, 13 de março de 2017
A Tartaruga Serpentina
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