quarta-feira, 22 de março de 2017

Violaria

Hoje o violão não tem corda, meu bem
Não me toca que o corpo anda desafinado
E o desafio de trombar no espaço vazio
É demais pra ornar.
Eu não canto em nenhum canto de colo
A minha antisserenata arredia
E eu prefiro desatar os nós das cordas retorcidas
No afinador
No silêncio da minha frieza autocontemplativa.
Eu prefiro ser linha desligada das curvas,
Pousar somente as minhas mãos junto à bacia
E lá dentro sussurrar sem harmonia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário