Será que em toda via
(Ou pelo menos na maioria)
Onde cruzo as pessoas
Elas me veem café com leite?
"Põe um pouco de açúcar
E deixa esfriar
Que o pó é recente
E a nata grossa impede o calor de vazar!"
O mundo não mais me decanta,
Assenta e espera eu declamar o vapor
Trincando até a chaleira
Do outro lado da casa -
Ou talvez isso tenha sido só a lareira estalando
No calorão que sobe debaixo da saia da fogueira
Querendo rasgar imaginário
O esquelético estático pensamento
Decaindo na xícara de chá.
Eu devo mesmo ser café com leite
Pra amornar de sopro em sopro
Enquanto toda a mesa ainda roda
Na máquina do tempo
Onde eu não quis jogo
De pingar uma bolacha passatempo
E passar a rodada desatento.
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