segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Ferrugem de Mar

Eu teria mergulhado tão profundo
No escuro
Por você.
Mas, enfim, não foi pra ser.
Teria me ancorado no breu do oceano
E respirado pelas brânquias
Que a vida de mergulhos me deu.
Contudo, entendo que o fundo não foi
A morada que você escolheu.

Entendo...

Hoje estou ainda atracado
Nalgum leito profuso
Mas não mais escuro
Pois o mar secou.
Apoio meus dois pés no raso
E vejo o sol brilhando ao lado;
E ainda que adorne de queimado
A pele agora quente de suor,
O grilhão enferrujado
E a história tracejada em minha memória
Não me deixam esquecer
Que aqui é o fundo de tudo -
Aqui de amor o mundo inundo
Mesmo sem água a me encher.

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