Estou toda turva,
Toda curva,
Miúda e moída,
Dolorida de vida
Que me faz crescer
E de contra-vida
Que me quer vencer.
Estou toda retorcida,
Carcomida
Dos meus próprios
Inglórios vermes;
Estou caleidoscópio
Dos opróbrios
Velhos, óbvios
Que se escondem
Na minha pele.
Estou corcunda e torta,
Toda absorta
Na minha própria massa morta
Enquanto a vida à porta
Grita alto: "pouco importa
Se essa gruta te comporta!
A existência é mesmo assim,
Feito cobra de jardim
Serpenteando pela horta
Sem resposta
Até o fim."
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
Curvado
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