É chama que
Pousa os pés
Sobre a mente
Para poder recordar.
De lá do topo dos céus
Ela vem num arremate
Altivo
Queimando o fio,
Molhando a cera,
Abrindo caminho
No tempo, no ar.
E a mente, pobrezinha...
A ela nada mais resta
Se não derreter no rastro
Que segue a labaredear.
Mas fica pelo caminho
O topo do mundo
Enquanto o fogo
Caminha à terra,
À cera e ao prato.
Não há mais um plano conforme,
Uma mente lisa pela qual envelhecer -
Sobraram arranhões, cicatrizes,
Varizes amorfas da vela a queimar.
E a memória, agora cá embaixo,
Plana quase vazia no fim do rolar
Onde só restando o pavio tão curto e vazio nada mais arde se não o apagar.
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