sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Transfigura-se-me

Quero saber aonde vais,
Dragão negro,
Fluindo por entre a razão
Como um rio de emoção
Pulsando quente e mudo.
Fala das tuas malícias,
Teu sonho do mundo
Por onde revogas sentidos
E caças um jeito puro
De se me encontrar.
Não sei se devo pedir-te
Que pare aqui ao meu lado
Ou leve-me junto
Ao rumo das estrelas.
Sempre quando te alcanço
E mergulho por entre tuas escamas
Pareço perder-me suave
E nem desejar dali me achar.
Teu voo faz minha vida
Planar como borboleta
Numa viagem inusitadamente
Prolixa e reversa -
Enquanto esperava um rasante,
Um alumiar dragonesco fulminante,
Contigo passo leve
Num errôneo conjugar de inseto
A estar no universo
E sequer me dar conta.

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