quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Facejado

Quem é você quando não estou
Ou o dia acabou
Na noite apocalíptica do ser?
Quem é esse rosto
Que de vício se apagou
No tanto que beijei
Com esses lábios carniceiros?
Tento me dizer que és elíptica,
Mas há tantas palavras
Escorridas no assoalho
Que a pele e os olhos
Jazem... Onde?
Em algum lugar troquei
As faces pelas frases - pensamentos.
Deve ser em nome do conforto que me traz
Ver o mundo refletido em caveira seminua,
Fonética, silábica,
Em sons que só no meu tom pude ler.
Quero estar em busca de traços
Que só nos laços da expressão
Não se possam apreender,
Mas é duro transpassar
Uma forma viciada de viver;
Até que um dia eu acorde atordoado
E não conheça a tua face,
Pois mudou noite passada -
Aí, então, no susto vou entender.

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