Os vestidos não são.
Os saltos quebrados,
Maquiagem trincada
E as gavetas por onde vazava
Estão de poeira
E madeira passada.
O quarto é escuro,
A lâmpada queimada,
A janela esburacada
Respinga frio
Num feixe de lua
E uivado do vento.
O corpo já não é o mesmo,
O todo passou
E a pulseira das minhas
Lembranças prateadas
Trincada no chão escoou,
Caindo por entre as tábuas
Para um porão abandonado
Onde entre caixas
De úmido papelão
Deve jazer nalgum canto
Uma última saia
Que espremida na solidão
Dá vida a um pequeno clarão.
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