O taxímetro apitou:
Era Taksim.
O carro balançava,
As chamas abafavam
Pelo vidro fechado
De um porto seguro
Pouco a salvo.
O sangue espirrava
No para-brisa borrado
E a gente lutava
Contra a infantaria
Desarmada.
Era Taksim
E o taxista não cobrou.
Desceu do carro e fez amor;
Amor de guerra,
Amor burguês feito ao contrário,
Que de amor burguês estamos fartos
Mesmo se somos.
Aquele velho espectro ainda ronda,
Oculto na copa das árvores
Rasgando-lhes a relva.
Mas de espectros a selva está repleta
E o sonho de ver esse monstro morto
Continua de olhos abertos
Ao menos por enquanto
Por aqui.
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