sexta-feira, 28 de junho de 2013

Enterroplantiodesovapoçaficar

Quando se é muito auto-consumo
Ou, no reverso, euforia,
Resta pouco tempo para consumir
O que me propõe a vida.
Vida, aqui, não metafísica
Nem muito menos humana;
Vida concreta
Pichada em cimento
Puxada em tragadas.
Todo poema que tende à idolatria,
Conquanto nas letras jaz a expressão do ser,
Não deixa espaço para a lataria
Em que se encaixotam
Sardinhas e cachalotes
Sob os holofotes do rei,
Que hoje tem outro nome, pelo que sei,
Parando e deixando levar.
Brota um protótipo de poesia,
Um protopoema girino,
E logo desanda.
Essa vida, tampouco metafísica
Quanto humana,
É a encubadora
Que quis a vida,
Essa sim a louca,
Me soterrar.

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