O mar é branco.
Espuma de gente jorrando
Contorcida.
Excessivamente branco.
Dizem que lá pelas tantas milhas náuticas
Há uma imensa nuvem de algas
De onde jorra saliva.
Dizem ser inofensivo.
Mas uma praia toda branca
Não pode ser boa notícia
Se no profundo o mar é negro
Até perder de vista.
O único preto
É o cafezinho que servem no quiosque
Com sabor de mosca que caiu no colarinho do chopp.
Ali, na mesinha sobre a areia,
Um tabuleiro de xadrez
E um cavaleiro solitário
Jogando com as peças brancas
Contra a espuma do mar
Que só vem para lançar uns peões
Tentando engolir os dois reis.
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