A caneta faltou ao trabalho
E logo começou um falatório.
Das falácias ao escrutínio de seu repertório,
Ela foi murchando em casa,
Doente de antemão.
Deitada em sua gaveta sem endereço,
Menstruou seu sangue preto
Que ramificou, como os tentáculos do polvo
De onde viera sua essência,
Nos riscos da madeira.
E foi assim que mesmo dura como antebraço sem cotovelo
Derramou sua vida em mais uma peça
Das juntas quebradiças do seu enterro em vida,
A que chamamos "obra póstuma",
Ou "poesia".
Nenhum comentário:
Postar um comentário