quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Cata(c)lis(m)ação

Frago de muitos jeitos -
Hormônios desconhecidos
Ou cheiro de rosas endemoniadas;
Cravo espinhos prazerosos na carne
E rasgo fendas de dor dormente na lateral do corpo -
Você não me conhece;
Não me conhece nem um pouco.
Eu sou um vaso de cristal inquebrável,
Quebrantável mas alado de traços que farpam os dedos.
Eu sou o primogênito do ódio com o amor,
Descendente direto da frieza e do calor,
Irmão da ardência cheia de sabor.
Eu vivo de sensações que você sequer sonhou.
Eu sou o controle caótico do ser,
Posso com Deus e o Diabo
Numa mesma mesa de jantar.
Eu sou a mais absoluta mistura,
Indissolúvel e indigesta,
Do absurdo canalizado humano
Ou não.

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