sábado, 10 de setembro de 2011

O meu sabiá

Eu tinha em mãos um sabiá
Que de tão lindo guardei.
Ele um dia veio e pousou na minha mão
E ficou ali, satisfeito.
Ah, eu não pude deixar passar!
Levei para casa, alimentei;
Mas o sabiá insistia em voar
E às vezes até saía de casa.
Eu, que não podia me dar
Ao luxo de ficar sem sabiá,
Resolvi guardar na gaiola,
Toda linda, em cima da mesa,
Para todo dia ele cantarolar.
Ele não parou,
Como você poderia imaginar;
Aliás, cantou como nunca
E fez os meus dias.
Mas ah, esse sabiá...
Ele não é meu, nem nunca quis ser.
Um dia fui ver a gaiola
E estava de portinhola aberta.
O sabiá voltou para o mundo,
Assim, sem nem explicar.
Mas quando eu penso
Que ele não vai mais voltar,
Ele pousa em minha janela
E pia dengoso e leve
Só para me lembrar
Que pode ser meu sabiá,
Mas o será
Da janela para lá.

2 comentários:

  1. Rafa, achei lindo o poema! Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. No meio achei que não tivesse mais esperanças!!! Pareceu até um conto de fadas, vou mandar pra Disney!

    ResponderExcluir