quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Faces

O mundo que quis,
Barulhenta como borboleta
Encaixotada na existência,
Rarefez em essência
Borrifada no luar.
Ali, nos sonhos ou nas ruas,
Transformada em loba
Ou atiçando felina a cauda,
Caço os resquícios deste cheiro
Escondido nos sons da escuridão,
Perfume a lentamente escapar
De seu astro recipiente.
O mundo como vejo
Era inevitável - e isso nunca vi.
Mas ainda encontro
Sob o transe do estrelado
Os vestígios de uma entrada
Que me chama alada
A uma deusa desgarrada
Adormecida na face escura da lua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário