Eu nada sei de amor.
Eu sei de alguns resquícios -
Desejo, carinho, a linguagem mútua,
A dor, a raiva e às vezes até possessão.
Talvez até tenha sabido um dia,
Mas descobri numa epifania
Que amar é um caminho
A constantemente se fazer,
E esse pretenso amor sofrido que construí
Pensando ser o amor um estático monolito erguido rumo aos céus
É pura ilusão:
Sua rota leva apenas a uma religiosa admiração
De quem levanta os olhos sob o obelisco
Esperando que raie nas nuvens algo mais que trovão.
Eu desaprendi o amor
Contemplando a lápide do meu caminho
E hoje apenas velo em ritual.
Velo o fim de uma trilha de mim
Esperando que se abra na mata uma passarela
Sem passar a faca na espessa vegetação.
Eu nada sei
E quem sabe essa descoberta me permita recobrar os pés.
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
A Pedra no Caminho
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