O mundo cabe num quadro muito preciso
Fora do qual fica difícil enxergar -
Se expando demais confundo
E não vejo contornos ou cores;
Se reduzo, seus detalhes não resistem
À minúcia com a qual os fito.
A estática, no entanto,
Não é seu estado habitual -
Pra encontrar seu habitat
Os meus olhos precisam sempre ajustar
O foco das lentes -
Ora abrindo, ora enclausurando -
E esse equilíbrio errante é difícil.
A córnea dói, as pálpebras palpitam,
O cérebro interpreta errado
E as imagens formam distorcidas
Na antecâmara ocular -
O mundo quase sempre está errado
Nos retratos que consigo
Oscilando entre frames
Sem formar-se estrito.
O movimento é, enfim, o quadro
Onde o mundo se desenquadra
A cada segundo que rapto e abandono
Num turbilhão de compreensões difusas.
sábado, 4 de novembro de 2017
Captura da Inconstância
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