Você quer rimado, poeta?
E cheio de sentido e significado?
Você quer transcender o teu estado
E o Estado
Com essa língua maculada,
Manca e enquadrada?
Deixa ela esquartejada
Na beirada da estrada
Longe da cortina de fumaça
Onde esfacela escassa
E traça suja o alimento para as traças!
Abandona ela onde ela
O pensamento e a palavra -
E nisso tudo o que consegues?
A encruzilhada entre o silêncio e o nada.
Aceita então que tú no eres nada
Além dos quereres do linguar -
Que tua língua balança viciada
Na tua boca e teu pensar
E limitado acede
Que o poema não transcende além da parca agonia
Do fado.
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Fado
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