domingo, 5 de maio de 2019

Caldo

É exaustivo ser química -
Esse punhado de reações a se acumularem
No tempo e nos nervos
Se autoproclamando cognição.
É cansativo ser vida
E lutar contra os processos de putrefação.
A morte espreita em cada beirada,
Em cada desequilíbrio que o corpo falha
E ameaça fracassar...
A morte espreita em cada guinada,
Em cada curva violenta que a consciência
Finge controlar.
A vida se aflige
E reflete dentro de mim
Os processos que fora
Borbulham na imensidão.
E eu no meu caldeirão
Estou tão fora de mim
Que beiro a decantação.

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