Cada vez que levanto
Meu espírito aos céus
Levito
Me encanto
Desprendo da terra
E me julgo encontrado.
Mas o que é o encontro?
É o fim do caminho,
O cessar do vento debaixo das asas,
O encarnar do desencarnado
Que da jornada retorna
Aterrado.
O Levante, pois,
É apenas um Estado
Como outros tantos
Que sobre essa terra
Têm governado.
Falta ao espírito
Livrar-se de si:
Do encantamento ao qual sucumbe
Quando se crê celestial.
Pois também o espírito
Nasce, floresce e fenece
Como tudo mais que é cultivado.
Também ele se desfaz
Para que novo possa se fazer,
E só na mudança
Encontra sua perenidade.
Eis, então, o que digo:
O Caminho dos Céus
Corre nas entranhas da Terra.
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