sábado, 25 de junho de 2011

10 músicas "underground" obrigatórias de Madonna

Ok, pra falar a verdade, esta seleção não é tão "underground"; na verdade, todas as músicas listadas aqui fizeram bastante sucesso, cada qual em seu tempo, e eu, como fã, tenho dificuldade em descrevê-las assim. Mas é só pra ficar claro que não estou incluindo nesta lista as Vogues, Like a prayers, Hung ups, e tantos outros sucessos gigantescos de que todo mundo lembra até hoje. Agora, se você, meu caro leitor, nem sabe quais são esses hits, não devia nem estar lendo este post; vá aprender "madonnês" antes de qualquer outra coisa.
Se você já conhece estas músicas que eu estou apresentando aqui, parabéns: você já está um passo mais próximo de ser um entendido em Madonna. O degrau seguinte é, se você se interessar por isso, baixar os álbums completos, um a um. Se não quiser também, tudo bem: não é todo mundo que tem paciência pra conhecer toda a discografia de um artista, ainda mais de um com quase 30 anos de carreira.
Outro detalhe: excluí dessa lista faixas do século XXI, como What it feels like for a girl e Hollywood, porque presumo que por serem recentes as pessoas ao menos já ouviram falar delas. Ademais, eu sei que provavelmente deixei de fora uma ou outra música que seriam dignas de entrar na lista, mas ficaria difícil incluir tantos clássicos numa lista com 10 faixas.
Ah, e desculpem por não postar o link do video de cada música no Youtube, é que eu sou péssimo para lidar com esse universo da internet! Mas eu garanto que se você jogar na busca do Youtube o nome da música + Madonna, achará todos os videoclipes. Sem mais, vamos lá!

10. I'll remember (1994)
Lançada como parte da trilha sonora do filme "Com Mérito" (With Honors, 1994), fez muito sucesso nas paradas do mundo inteiro, e foi aclamada como a ressurreição de Madonna após os fracassos de venda e crítica de seus trabalhos anteriores, o álbum Erotica e o livro Sex. A música fala de um relacionamento que morreu, tratando-o com carinho e compreensão apesar do término. Passa um clima doce e suave, transbordando uma sensação de calma imersa em superação. No clipe, Madonna aparece com os cabelos pretos e bem curtos, gravando a música num estúdio diante de um telão que exibe cenas do filme "Com Mérito".

9. Everybody (1982)
A primeira música gravada e lançada pela popstar, o que a faz um must-hear da cronologia madônnica. Tem uma pegada bem club-punk do início dos anos 1980, universo musical no qual Madonna se inspirou para criar seu visual, e do qual emergiu como estrela. Dizem as más línguas que ela não passava de uma plagiadora que absorveu as influências das boates do universo punk que frequentava. No vídeo, vemos a cantora usando roupas características desse estilo, dançando no que parece ser uma discoteca underground. A música foi um grande sucesso nas boates americanas, apesar de não ter tido o apelo comercial que tiveram os singles posteriores deste álbum de estreia (o autointitulado Madonna), como Holliday, Borderline e Lucky Star.

8. Secret (1994)
Primeiro single do álbum Bedtime Stories, de 1994. Como sempre, Madonna estava explorando mundos musicais diferentes dos que ela estava acostumada. Aqui, ela mergulhou no universo do R&B, trabalhando com produtores de estrelas em ascensão (como Mariah Carey) para renovar sua imagem e aproximar-se novamente do grande público. Por isso, Madonna foi um pouco criticada: ela sempre fora conhecida pela renovação e vanguardismo. Por outro lado, recebeu elogios por produzir um trabalho mais consistente e "menos explícito" que Erotica. O que também chama atenção em Secret é o fato de ter sido a primeira música lançada pela cantora para download na internet.

7. Rain (1993)
Uma música de libertação, mas não como uma I will survive, de Gloria Gaynor, ou mesmo uma Sorry, da própria Madonna. Ao invés disso, fala de uma libertação através do amor, e de forma sutil e suave. Considerada por alguns uma das melhores faixas do álbum Erotica, foge da estética sexual do álbum, o que justamente a torna tão especial. O clipe foi inspirado no diretor japonês Ryuichi Sakamoto, absorvendo seu estilo ao recriar uma sensação de fundo de palco. Seu lançamento como single foi recebido por muitos fãs como um brinde amoroso de Madonna, já que não se esperava o lançamento de mais nenhum single deste álbum (depois de Rain, veio ainda Bye bye baby).

6. True blue (1986)
Faixa-título do álbum True Blue, lançado no mesmo ano, acabou ficando esquecida na história, depois de concorrer por atenção com grandes clássicos do mesmo disco, como Open your heart, La isla bonita e Papa don't preach. É uma bela canção ao estilo anos 80 que retrata um amor jovial e inocente, com metáforas e comparações infantis (como por exemplo no refrão, "true blue, baby, I love you"). No clipe, a coreografia simples e o fundo quase constantemente azul (quando não um pôr-do-sol) reforçam esta sensação. Não obstante, é uma música extremamente marcante e muito pegajosa: cuidado, pois ela muito provavelmente irá grudar na cabeça!

5. Cherish (1989)
Do álbum Like A Prayer, uma das músicas mais românticas do álbum. Aliás, "a" música romântica do álbum. Fala do amor através dos fatos apreciáveis de um relacionamento. Assim como True blue, possui um clima alegre e jovial. Seu lançamento reflete bem o dinamismo lírico de Madonna neste período: de religião e sexo (com o single Like a prayer) ela foi a feminismo (Express yourself) e depois amor, com Cherish. O video foi gravado em Malibu, e traz Madonna na praia, brincando no mar com sereias e "sereios".

4. The power of goodbye (1998)
Uma das mais belas músicas já produzidas por Madonna, na minha humilde opinião. Trata-se do terceiro single do álbum Ray Of Light, considerado uma das obras-primas da cantora, ao lado de Like A Prayer, de 1989. A música mistura instrumentos de corda com um fundo eletrônico, e busca uma sensação de melancolia, enquanto mergulha numa profunda auto-reflexão após o fim de um relacionamento (há quem diga que a música foi escrita para o ator Sean Penn, com quem Madonna foi casada nos anos 1980). O clipe é uma verdadeira obra de arte: remete a inúmeros clássicos do cinema, buscando inspiração em nomes como Steve McQueen, Faye Dunaway e Joan Crawford; no video, o relacionamento é tratado como um jogo de xadrez, ao mesmo tempo em que há uma tentativa de fugir do tabuleiro. O elemento da água é muito forte no trabalho, que termina com Madonna na praia.

3. Live to tell (1986)
Esta é um grande clássico, na verdade; uma das músicas de maior sucesso de Madonna, e o primeiro single do álbum True Blue. Uma reflexão sobre traição e desconfiança, que ao mesmo tempo remete a medos de infância. O lançamento desta música representou um dos momentos cruciais da carreira da cantora, pois este foi o primeiro álbum em que Madonna envolveu-se na produção e composição das faixas, o que viria a se tornar marca registrada em todas suas obras posteriores. É uma pena que as pessoas se lembrem tão pouco desta canção.

2. Deeper and deeper (1992)
Definir a primeira e segunda colocadas foi bem difícil, já que, de certa forma eu acho que elas deviam compartilhar essas posições, mas vamos lá. Em segundo lugar, ponho a faixa mais dançante do álbum Erotica. Foi muito comparada com Vogue por ter uma pegada extremamente disco e dance-pop. Dentro do disco de 1992, realmente é a faixa que melhor remete aos "velhos tempos" de Madonna, e por isso foi muito elogiada. A música é realmente ótima, mas o que provavelmente mais se destaca é seu vídeo, uma absoluta ode ao artista Andy Warhol, incorporando inúmeros elementos de seus filmes na produção. É a expressão máxima do "underground madônnico", em minha opinião, por aliar referências artísticas fortes, decadência comercial e sucesso nas boates alternativas.

1. Take a bow (1994)
Segundo single do álbum Bedtime Stories, e maior sucesso deste. Take a bow, na verdade, é muito bem conhecida. Assim que ouvi-la, você provavelmente lembrará de alguma coisa dela, desenterrando-a nas profundezas da sua memória. Acho que ela é digna do primeiro lugar justamente por isso: é uma música do rol de gigantescos sucessos de Madonna, mas, por mais que as pessoas lembrem-se dela, não pensam imediatamente nela quando ouvem o nome "Madonna".
A música em si funde estilos orientais e latinos, e, mais uma vez, trata de um fim de relacionamento. Sua composição tem um ar quase místico, intangível, que atrai para si um estado de beleza inebriante, tornando-a um verdadeiro clássico. O clipe gira em torno da relação de Madonna com um toureiro, e compara a tourada, entre o duelo e o fim dramático para o touro, com seu amor desenganado. Além disso, ele me lembra, e talvez isso seja só comigo, o filme "Fale Com Ela" (Habla con ella, 2002) de Pedro Almodóvar, apesar de ter sido gravado muito antes que o longa-metragem. Enfim, esta música é um clássico digno de ser rememorado.

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