Volta e meia o ano não é ano;
Conto o tempo não-gregoriano,
Anti-juliano, pré-aristotélico,
Inumano.
Volta e meia o espaço não comporta
Mas não vaza no infinito;
É quase nada, perto de tudo
E longe de ainda mais.
Meia volta e estou circulando
Pela borda do traço
Onde a letra não engana,
Sequer chama,
Nem é letra.
É um traço torto do meu rosto
Esboçado no papel
Ou na parede
Ou nas estrelas
Ou na própria face
Da qual quis desvincular.
Ou talvez seja apenas o olhar.
Apenas olho.
Átomo.
Atônito e sem reflexo.
Às vezes sou reflexo sem imagem vertida,
Sem espelho que converta,
Sem luz que incida.
Sem moral. Sem costume. Sem volume.
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