quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Vago

Quanta velocidade, sonho meu,
Nessa realidade cá.
Quanta inveracidade -
Os fatos não correspondem ao mundo,
Que outrora tátil hoje escapa.
Quanto escape chamam de tempo,
As armadilhas que desenho na calçada
E vão se tornando caminho,
As terras que vizinho sem tocar
Seus solos úmidos e cheiros distorcidos.
Quanta escrita não redoma em poesia,
Quanta letra não empina maresia
Ou pipa vida.

Como corre essa vazia, sonho meu.
Como falta canto na cantareira
E água pro ralo.
A vazão é maior que na tua verdade de lá.
Aí cobre chuva com vapor,
Sobe barro e sobra cor;
Converso com os vaga-lumes
E já não converso mais.

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