quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Oriente-se!

Hoje cá divagando no twitter tropecei numa pedra que sempre assola meu sapato: as pessoas e suas amadas "opções", em especial a tal da "opção sexual". Juro que nunca ouvi tamanha incongruência. Não só por ser ofensivo para com a comunidade LGBTT, que nunca, jamais, tal se tornou por mera opção, mas também por não fazer o menor sentido: vem você (e por você não me refiro necessariamente a ti, leitor, mas aos terceiros defensores da opcionalidade), do alto de sua moral e íntegra heterossexualidade, dizer que ser hétero ou homo é uma escolha. Nunca vi-lhe fazendo a escolha, pensada e ratificada, por mulher quando confrontado com a possibilidade de beijar um homem, ou vice-versa. Não vejo por que então, sem nenhuma conexão causal, o homem que ama um homem ou a mulher que ama uma mulher optou por isso.
Não que acredite na ideia de um gene gay - não há mais pura falácia (perdão, há a opção sexual); mas é nítido que a orientação sexual tem raízes na construção socio-psicológica da pessoa. Também não é uma relação de causa e efeito: se os pais fizerem A, seu filho será B, ou se o espécime for submetido ao ambiente X, tornar-se-á Y. O mais sensato seria dizer que existem circunstâncias que favorecem a homoafetividade.
Daí a dificuldade (e arriscaria dizer inutilidade) de se categorizar homossexuais, e mesmo de tentar explicá-los: não há lógica que encaixe toda esta comunidade sob uma mesma égide psicanalítica. Pena que a grande maioria das pessoas não entende isso.

Um comentário:

  1. Okay, eu tô com saudade das nossas conversas depois de ler este texto, rs.

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