Por hoje és uma lasca na janela;
Ontem um ônibus.
Amanha pode ser que o sol;
Acho que não.
Tu, que nem cruel nem amoroso,
Tu, que nem nada.
Tu que me tomas
E me devoras num grão.
Tu que me és
E desfazes
Os pés da minha razão.
Tu que sou num rasgo de instante
Que se estala nos panos.
Tu, que não sei se rompante
Ou amante.
Tu, que brilhas fosco
De tanta claridade seca.
És, vejo, nítido.
Fazes-te, sinto, obscuro.
É... Prefiro-te lasca na janela hoje
E ônibus ontem,
Quem sabe sendo sol amanhã.
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