Um dos principais problemas apontados na indústria da música nos últimos anos refere-se à renovação de seus estilos musicais: o hip hop, pop, R&B e rock hegemonizam o cenário musical já a alguns anos, e até agora não parece surgir nenhum estilo alternativo a estas correntes dominantes. No intuito de fugir da rotina, Dan Black lançou em 2009 seu debut como artista solo, entitulado UN.
Mais conhecido como vocalista da banda The Servant, que terminou em 2007, Black afirma que sua pretensão com este álbum era fazer música que não pudesse ser categorizada nos estilos mais recorrentes da música secular contemporânea. O próprio nome do disco nos remete ao prefixo que denota negação, que em português seria o "in". Podemos reconhecer, neste sentido, um triunfo do compositor, cuja obra é normalmente reconhecida como sendo de wonky pop, uma categoria musical empregada pela BBC para designar artistas com musicalidade diferenciada, como por exemplo Mika, Kerli e até mesmo Björk.
O problema é que a evolução da música (com o perdão da aparência construtivista do termo) se dá através da interação musical, e não simplesmente pelo gênio criativo de um ou outro artista. Assim, invariavelmente, categorias musicais serão empregadas (vide o termo wonky pop) e comparações serão possíveis. Ao longo do álbum são notáveis influências de Prince, Michael Jackson, Janet Jackson e David Bowie, e similaridades com Mika, La Roux e outras bandas do underground musical dos anos 2000. Os vocais do cantor assimilam-se particularmente aos de Mika. Sua estrutura musical, contudo, é mais eletrônica. Músicas como Alone e Wonder lembram, em suas introduções, trechos de músicas do La Roux. O álbum também faz uso de vários samples (trechos de letra, ritmo ou harmonia de outras músicas), como por exemplo a música Symphonies, originalmente chamada HYPNTZ, que emprega a letra de Hypnotize, de Notorious B.I.G., e a bateria de Umbrella, de Rihanna.
É difícil destacar uma ou outra canção no conjunto, mas podemos apontar Ecstasy, uma fusão de alegria inocente com dramaturgia cotidiana, Alone, uma bela música de romance imerso em tristeza urbana, Yours, com sua revolta contida, e Cigarette pack, que representa um desejo puro de arte e revolução.
A obra é de boa qualidade: todas as músicas são interessantes e razoavelmente únicas. De forma geral suas letras põem em contraponto melancolia moderna e alegria jovial. O estilo realmente é diferenciado, mas não chega a ser inovador. O disco soa mais como uma coletânea de influências apresentadas sinteticamente do que uma intervenção artística propriamente dita.
Vale a pena ouvir, em especial hoje em dia, quando a maior parte dos artistas de apelo comercial são tão ignobilmente iguais e sem criatividade na hora de escrever ou escolher suas letras. Dan Black dá um sopro de calma e urbanismo num cenário musical cada vez mais industrializado e obcecado com o estético.
Título: UN
Artista: Dan Black
Lançamento: 13/07/2009
Gravadora: A&M, Polydor, The:Hour
Produtor: Dan Black
Gênero: Wonky pop, alternative dance
Faixas - duração:
1. Symphonies - 3:41
2. U + me = - 3:11
3. Ecstasy - 4:11
4. Alone - 3:33
5. Cocoon - 4:22
6. Yours - 3:27
7. Pump my pumps - 3:35
8. Wonder - 3:41
9. Cigarette pack - 4:16
10. Life slash dreams - 3:46
11. I love life - 3:12
12. Let go - 5:00
Avaliação: Razoável
O problema é que a evolução da música (com o perdão da aparência construtivista do termo) se dá através da interação musical, e não simplesmente pelo gênio criativo de um ou outro artista. Assim, invariavelmente, categorias musicais serão empregadas (vide o termo wonky pop) e comparações serão possíveis. Ao longo do álbum são notáveis influências de Prince, Michael Jackson, Janet Jackson e David Bowie, e similaridades com Mika, La Roux e outras bandas do underground musical dos anos 2000. Os vocais do cantor assimilam-se particularmente aos de Mika. Sua estrutura musical, contudo, é mais eletrônica. Músicas como Alone e Wonder lembram, em suas introduções, trechos de músicas do La Roux. O álbum também faz uso de vários samples (trechos de letra, ritmo ou harmonia de outras músicas), como por exemplo a música Symphonies, originalmente chamada HYPNTZ, que emprega a letra de Hypnotize, de Notorious B.I.G., e a bateria de Umbrella, de Rihanna.
É difícil destacar uma ou outra canção no conjunto, mas podemos apontar Ecstasy, uma fusão de alegria inocente com dramaturgia cotidiana, Alone, uma bela música de romance imerso em tristeza urbana, Yours, com sua revolta contida, e Cigarette pack, que representa um desejo puro de arte e revolução.
A obra é de boa qualidade: todas as músicas são interessantes e razoavelmente únicas. De forma geral suas letras põem em contraponto melancolia moderna e alegria jovial. O estilo realmente é diferenciado, mas não chega a ser inovador. O disco soa mais como uma coletânea de influências apresentadas sinteticamente do que uma intervenção artística propriamente dita.
Vale a pena ouvir, em especial hoje em dia, quando a maior parte dos artistas de apelo comercial são tão ignobilmente iguais e sem criatividade na hora de escrever ou escolher suas letras. Dan Black dá um sopro de calma e urbanismo num cenário musical cada vez mais industrializado e obcecado com o estético.
Título: UN
Artista: Dan Black
Lançamento: 13/07/2009
Gravadora: A&M, Polydor, The:Hour
Produtor: Dan Black
Gênero: Wonky pop, alternative dance
Faixas - duração:
1. Symphonies - 3:41
2. U + me = - 3:11
3. Ecstasy - 4:11
4. Alone - 3:33
5. Cocoon - 4:22
6. Yours - 3:27
7. Pump my pumps - 3:35
8. Wonder - 3:41
9. Cigarette pack - 4:16
10. Life slash dreams - 3:46
11. I love life - 3:12
12. Let go - 5:00
Avaliação: Razoável
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