sexta-feira, 13 de maio de 2011

A velha nova moda política americana

Saiu hoje um anúncio nos jornais de que o republicano Ron Paul já lançou-se como candidato prévio às eleições presidenciais de 2012 nos Estados Unidos. Ron é uma popular e pitoresca figura dentre os conservadores norte-americanos: ao mesmo tempo que é reconhecido como um dos mentores do Tea Party, o movimento da direita ultraconservadora norte-americana, é também lembrado por suas críticas ao governo Reagan, um republicano, durante a corrida presidencial americana de 1988. Verdade seja dita, na ocasião Paul concorria à presidência pelo desconhecido Partido Libertário, então é provável que suas acusações tivessem mais fundamento político que ideológico propriamente. Mas vamos ao que interessa.
O agora pré-candidato, em seu anúncio, revelou que sua pretensão ao cargo da presidência vem num momento em que acredita haver entre os americanos uma maior afinidade com suas visões políticas, especialmente no âmbito econômico, o que claramente deve ser recebido com alerta. Ron é um ávido defensor dos cortes tributários e redução do controle estatal sobre a economia, a velha fórmula neoliberal.
O problema é que estes moldes extremamente conservadores dos republicanos já deram suas caras num governo muito recente, ainda quente nas memórias, se não dos americanos, do restante do mundo. Sim, estou falando de George W. Bush. É importante lembrar que todas estas ideologias econômicas defendidas por Ron Paul e que, ao menos segundo o mesmo, estão na moda nos Estados Unidos, acabaram de causar, a meros três anos atrás, uma das maiores crises econômicas da história americana.
Não que o governo Obama esteja sendo lá muito bem sucedido em sua empreitada para "recuperar" a economia do país. Diga-se de passagem, seu pesado investimento estatal parece ter ficado emperrado no sistema. Mas é nítido, ou ao menos parece, que num momento ainda frágil para o sistema econômico americano, medidas neoliberais como as defendidas pelo partido Republicano e figuras como Ron Paul são extremamente periculosas, se não potencialmente desastrosas.
Só espero que os americanos lembrem-se disso em 2012.

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