quinta-feira, 18 de abril de 2013

Onde fica a Consolação?

Ontem no metrô havia
Um musicista meio desafinado.
Batia no pé um pandeiro
Ecoando no corredor,
Reverberando no chão,
Rachando no coração...
Levava na boca uma gaita
Que desfiava no ar
Um ruído estridente;
Suponho chamar-se canção.
Supus muita coisa
A caminho da Consolação,
Mas de fundo ficou o incômodo
De alguma coisa naquele misto
De gaita esfolada no vão
E os passos tortos
Que desenhei na estação.

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