terça-feira, 30 de abril de 2013

Viés

Trai-me todo dia,
Traz-me flores arredias
Tração bolera arrastando os pés na enxurrada
Põe minhas mãos entre enxada e espada
E me obriga a um ritual constante de suicídio
Por qualquer via que resolva
E nada resolvido.
Ritos de complexa amargura,
De ternura e ansiedade
De idade que não chega mas não passa
E as ruas secas como passas
Quando passas novamente no semáforo
E o diácono proíbe arremeter
Contra a orla do destino -
Vem em ondas e arremessa novamente rente à praia
E lá vai corpo balançando na enseada
E lá vai dia
E lá vão flores
E lá vai vida.

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