Perambulando pela vida cotidiana
Vi-me atordoado de tédio.
Não desses que alagoam
Atolados na lama sintética do indesejo;
Pelo contrário, castiga-me
Um vime chibatando o cérebro
Dia a dia nas imitações
Do dia-a-dia.
Assim descobri-me escravo.
Encontrei no seio a parada cardíaca do trabalho
Com falta de sexo.
Nexo.
Chame como quiser.
As cicatrizes na mente
Que condizente levou o cancro ao coração
Da cidade em que me anexo.
Desbravei no subconsciente
Uma pandemia estética,
Uma pneumonia hermética,
Pairando em todo passado.
Os pulmões daqui estão deveras passados.
A ética do asfalto encarece a cura
De quem deseja ser curado.
É tanto tédio rolando solto
Que só um bem-aventurado passo em falso
Pode nos desprender -
A nós, os loucos transviados
Preambulando a desintoxicação
Num caldo de caos poetizado.
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