quinta-feira, 20 de junho de 2019

Vibrato

Notas que oscilo
Em tons que vacilo
Um vibrato acidental.
A câmara é obscura,
O coro é puro
No eco que gruta
As colunas em som.
Eu sou a eterna caverna,
Catedral do terreno,
Que me inferno
Em cores de cor
Como um mantra
Redesenhado
Mil e uma vezes
Por sobre as paredes
E nunca vislumbrado.
Eu sou a voz que adentra
E penetra em tinta
A glote esponjosa
E se aloja
Para o solo contemplo
Da escuridão.
Eu sou a carne
Que o tempo ditou
E dita em retorno
O tremer da imensidão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário